O RESSURGIMENTO DA VIDA URBANA
1. Comércio e Vida Urbana
O comércio nunca desapareceu totalmente, continuaram a comercializar sal, vinho e metais. A marginalização social do século XI, com servos que fugiam ou eram expulsos, nobres sem feudos, cruzados, enfim, todos se dirigem para os povoados ou cidades em busca de sobrevivência. Muitas cidades haviam permanecido como centros administrativos e comerciais, ou sedes de bispado.
Com o desenvolvimento comercial surgem novas cidades. Eram zonas fortificadas, fortalezas edificadas, onde ficavam os burgos (feiras/mercados). Essas cidades tiveram um crescimento desordenado.
Surgiram também os forisburgos ou novos burgos, que eram subúrbios fora das muralhas, devido ao crescimento demográfico.
2. Organização e Administração
Na Itália, Sul da França e parte da Espanha, a nobreza identifica-se com a burguesia mercantil. No resto da Europa, os nobres dependem da vida rural.
A organização das cidades variava conforme os direitos adquiridos pelos burgueses, chamados franquias.
Para conquistar as franquias, os habitantes se associavam em confrarias:
- artesãos: formavam as corporações de ofício;
- comerciantes: formavam as guildas.
As cidades que possuíam a carta de franquia, eram chamadas cidades francas.
Na França, burgueses que se revoltavam e passavam a governar as cidades, eram chamados comunas, e no Sul era chamado de municipalidade.
Haviam também as Hansas, que eram associações comerciais que congregavam interesses de várias cidades.
Gradualmente, os órgãos administrativos da cidade foram adquirindo do senhor feudal o direito de cobrar impostos.
No século XIII, os burgueses passam a se diferenciar em camadas:
- alta burguesia: cives majores reuniam-se em grandes corporações e monopolizavam o governo;
- pequena burguesia: eram pequenos comerciantes.
3. Organização Corporativa de Produção
A unidade de produção típica era a oficina:
- Mestre: dono da matéria-prima;
- Oficiais ou companheiros: ajudavam o mestre (eram filhos ou parentes) e recebiam salário:
- Aprendiz: aprendiam o ofício (filhos ou parentes), tinham que apresentar uma obra, que seria avaliada pelos mais experientes da corporação.
- Jornaleiro: artesão que dependia de um comerciante para lhes fornecer matéria-prima e instrumentos de trabalho;
- Comerciante manufatureiro: intervinha na produção para ter lucro. Comprava matéria-prima mais barata e pagava pouco pela mão de obra.
O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO
Os primeiros tempos foram difíceis. Não havia segurança nas estradas. Tinha que pagar pedágio para passar de uma região para outra, as embarcações não favoreciam o comércio, pois eram muito ruins, enfim, era uma situação complicada.
Com o desenvolvimento do comércio surgem os mercados urbanos que deixam de ser itinerantes (deslocavam-se constantemente). Um fator favorável foi a inexistência de fronteiras formais. As fronteiras só vão surgir no século XV com a formação das monarquias nacionais.
1. Europeus Conquistam o Mar do Norte e o Báltico
Essa rota era a terceira mais importante durante a Idade Média, pois o comércio nunca desapareceu totalmente.
Aí organizou-se a Hansa Teutônica ou Liga Hanseática, em 1356, século XIV, mas tem suas origens no século XIII.
2. Champagne, França
As feiras mais importantes se realizavam na região de Champagne, na França. A decadência dessas feiras deve-se a várias causas: fixação do comércio; indústria têxtil; ouro concentrado em Gênova para o comércio com os árabes.
3. As Companhias Mercantis
Com o desenvolvimento do comércio surgem as companhias mercantis. A preferida era comandita (Gênova e Pisa). Eram associações de comerciantes e pessoas com dinheiro como os Médicis (a mais famosa), os Peruzzi, os Bardi.
4. Os Meios de Pagamento e a Atividade Bancária
As moedas emitidas pelo rei tinham circulação geral e as moedas emitidas pelos senhores feudais tinham circulação apenas local, ou seja, onde eles dominavam.
A falta de metais nobres (ouro, prata, cobre) faz surgir outros meios de pagamento. Primeiro surge a letra de feira, depois letra de câmbio, que na hora do pagamento eram acrescidas de um valor, o juro.
Mais tarde, quando o desenvolvimento do comércio passou a exigir grandes somas, surgem os bancos.
A nova situação fez a Igreja mudar de atitude e tornar mais flexível a proibição da usura (cobrança de juros).
BIBLIOGRAFIA:
- HISTÓRIA: origens, estruturas e processos
Autor: Luiz Koshiba
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