O SISTEMA FEUDAL
II – AS BASES DO SISTEMA FEUDAL
O feudalismo foi um sistema basicamente agrário, apoiado na exploração da propriedade rural (domínio ou senhorio). O dono da terra tinha amplos poderes em seu domínio, como um rei.
1. As Relações Sociais
Senhor e servo eram as condições básicas da sociedade feudal. Além destes, havia:
- vilões: homens livres, que moravam e trabalhavam nas vilas, mas não estavam presos à terra.
- escravos: pouco numerosos, não tinham direitos.
-ministeriais: ocupavam-se da administração da propriedade feudal. Podiam ascender socialmente, chegando à condição de cavaleiros (pequenos nobres).
2. O Clero
O clero também integrava a sociedade medieval. Por terem acesso ao estudo, exerciam forte controle sobre a sociedade e ocupavam altos cargos administrativos.
3. Condições de Vida
Eram rudes; mesmo os senhores feudais não viviam luxuosamente. A vida dos servos era miserável, os principais momentos de lazer eram as festas religiosas e de colheita. Nem o senhor, nem o servo sabiam ler ou escrever. Eram frequentes as pestes e catástrofes naturais.
4. O Regime de Propriedade
- posse coletiva dos bosques e pastos;
- propriedade privada da reserva ou manso senhorial, que consistia em metade das terras;
- posse em regime de copropriedade: manso servil ou tenência, era uma dupla posse. A posse legal era do senhor e a posse útil era do servo. Uma parte do que os servos produziam, ia para o senhor.
5. Regime de Trabalho
O regime de trabalho se baseava nas obrigações do servo, que eram as seguintes:
- corveia: geralmente, trabalhavam de graça, tres dias nas terras senhoriais;
- redevances: retribuições pagas em produtos ou dinheiro;
- captação: imposto por cabeça;
- censo ou foro: só eram pagas pelos vilões;
- talha: parte do que era produzido no manso servil era dada ao senhor;
- banalidades: imposto pago pelo uso das instalações do domínio (celeiro, forno, etc);
- dízimo: pago para a Igreja;
- taxa de justiça: paga quando cometia infraça e requeria o julgamento em tribunal presidido pelo senhor;
- taxa de casamento;
- mão-morta: paga pela família para continuar com a posse da terra após a morte do servo;
- Prestações de serviço: hospitalidade forçada que os servos e vilões deviam oferecer aos barões por ocasião de viagens.
Técnicas de Trabalho: sistema de rotação de culturas. A produção se caracterizava pela baixa produtividade e a técnica rudimentar.
6. Instituições Políticas
O poder político era local, descentralizado em relação ao rei. Isso começa no século V com as invasões germânicas. Os grandes proprietários rurais ganham autonomia. A concessão aos senhores feudais de diversas imunidades (fiscal e judiciária), acentua esse processo.
Num período conturbado, os senhores ofereciam proteção às pessoas. Isto era selado através do Juramento de Fidelidade, feito a um ou vários senhores. Existia uma hierarquia: cavaleiros – barões – duques – marqueses – condes – rei.
7. Instituições Religiosas
Ao longo da Idade Média, a Igreja Católica tornou-se a maior proprietária de terras da Europa. Suas propriedades organizavam-se de forma semelhante aos domínios senhoriais.
- destino espiritual – vida após a morte, precisava buscar a salvação.
- proibição de lucro e juros – tudo deveria ter o preço justo. Só poderia acrescentar o custo das despesas, pois a finalidade do trabalho não era o enriquecimento. O excedente deveria ser distribuído.
OBS.: A condenação do lucro fazia sentido em um sistema que produzia apenas para o consumo.
Quando os reis precisavam de dinheiro emprestado, recorriam aos judeus, sobre os quais não pesava a proibição da usura ou as ameças do inferno.
BIBLIOGRAFIA:
- HISTÓRIA: origens, estruturas e processos
Autor: Luiz Koshiba
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