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A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA - RESUMO

 CAP. 3 – A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA


DO PALEOLÍTICO AO NEOLÍTICO


1. O Homem como Fabricante de Ferramentas

Uma das características do ser humano é agir sobre o meio natural com a ajuda de instrumentos (arco, flecha, etc.). Nesse sentido, todo homem é um “fazedor de ferramentas”.

Os mais antigos vestígios da existência humana são objetos e ferramentas de pedra lascada, legados pelas sociedades paleolíticas. O fato de os homens do Paleolítico terem fabricados seus instrumentos simplesmente lascando pedras não deve, entretanto, iludir-nos a respeito das habilidades técnicas requeridas para este empreendimento.


2. Da Economia Coletora à Economia Produtora

A economia do Paleolítico era essencialmente coletora. As sociedades pré-históricas só ingressaram na era da economia produtora quando, além das ferramentas, passaram a produzir em escala apreciável e de modo sistemático e permanente a sua própria alimentação, por mio da agricultura e da pecuária, aproximadamente há 9000 a.C.

Deve-se às mulheres a seleção das espécies silvestres que deram origem ao trigo, centeio, arroz, etc., tal como o conhecemos hoje. Gordon Childe (arqueólogo), denominou “Revolução Neolítica” a essa conquista. Mas, essa revolução não foi repentina, foi lenta, durando milhares de anos até chegarmos às espécies que conhecemos hoje.

A economia neolítica, no início, era de domínio das mulheres, mas tornou-se no seu apogeu uma ocupação predominantemente masculina.

Entretanto, é importante lembrar que essa variedade de alimentos era obtida pelo trabalho humano. Quanto mais se desenvolvia, maior a necessidade de trabalho.

Ao contrário dos animais, que sucumbem diante da escassez e às vezes correm o risco de extinção, os homens, graças ao trabalho, passaram a dispor da possibilidade de enfrentar ativamente as crises de subsistência.


3. A Amplitude da Revolução Neolítica

Lévi-Strauss diz o seguinte, “dependemos ainda das imensas descobertas que marcaram o que se denomina, sem qualquer exagero, de Revolução Neolítica: a agricultura, a criação, a cerâmica, a tecelagem… Todas essas artes da civilização, nestes oito ou dez mil anos, temos dado apenas aperfeiçoamentos”.

Entre 6.000 e 3.000 a.C., situa-se o período em que o sistema tecnológico do Neolítico foi plenamente desenvolvido. As invenções de então, só encontram paralelo em número e importância na Revolução Industrial do século XVIII da nossa era.


4. O Trabalho e a Atividade Livre

Não há sociedade sem trabalho. Mas, não se pode afirmar que as sociedades paleolíticas fossem sociedades especialmente organizadas para o trabalho. Isso só se tornou uma possibilidade com a Revolução Neolítica. No Paleolítico e no Neolítico os homens trabalhavam, mas houve entre os dois períodos uma diferença significativa. No Paleolítico os homens caçavam e pescavam, mas não era a caça ou a pesca que os definia socialmente. No Neolítico, a existência de trabalhadores passou a ser uma possibilidade real, porque o trabalho tornou-se, então, uma importante ocupação social. Tanto as sociedades Paleolíticas quanto as Neolíticas estão incluídas na categoria de sociedades do tempo livre, uma vez que estava ao alcance da maioria escolher para si atividades livres e gratificantes, visto que o trabalho ainda não ocupava o tempo todo e toda a vida de alguém, ou de alguns poucos.

O trabalho é uma necessidade social que, nas sociedades divididas e baseadas na desigualdade entre os homens, converte-se numa imposição de uma classe sobre a outra. Já a atividade livre é algo que se escolhe, sendo portanto, a manifestação de uma preferência, mas não se deve confundir com lazer.


5. A Cultura de Irrigação

A agricultura neolítica era itinerante e nômade, devido ao esgotamento do solo. Mas, em regiões em que a fertilidade do solo era naturalmente renovada, possibilitou a sedentarização. Particularmente favorecidas, eram as regiões às margens dos rios Nilo, no Egito, Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, e Indo, na China.

Esses rios depositavam o aluvião (lodo) em suas margens por ocasião das cheias, renovando anualmente o solo. Mas, o aproveitamento dessa vantagem natural requeria grande investimento em trabalho na construção de tanques, canais e diques. Os habitantes dessa região criaram a cultura de irrigação, que esteve na base das grandes civilizações egípcia, sumeriana e do Vale Indo. Elas foram mantidas pelo trabalho dos agricultores.


6. O Nascimento das Cidades

A cultura da irrigação requeria grandes obras para o controle das cheias. Para tanto, eram necessárias uma multidão de gene trabalhando coordenadamente. Isso supunha a existência de um centro coordenador, com pessoal encarregado do planejamento, enquanto a maioria se encarregava da execução. Essa divisão tornava o trabalho mais eficiente, gerando aumento da produção e, portanto, do excedente econômico. Esse excedente possibilitou o “investimento” em obras arquitetônicas em torno das quais se originaram as primeiras cidades.






BIBLIOGRAFIA:

- HISTÓRIA: origens, estruturas e processos

Autor: Luiz Koshiba



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