É fato que a seca está fazendo um grande estrago no nordeste. O sofrimento é imensurável. De acordo com algumas reportagens, muitos moradores estão deixando suas casas em busca de melhores condições de vida.
Entretanto, este não é um fato novo na região, pelo contrário, o problema da seca no nordeste é bem antigo. Basta ver, que em 1938, Graciliano Ramos lançava seu livro “Vidas Secas”, cujo tema era justamente a seca no sertão nordestino e a questão dos “retirantes”, ou seja, o fenômeno do abandono das moradias no sertão e a viagem em busca de melhores lugares para viver. Isto é um fato real, fruto de condições climáticas e ambientais, mas também socioeconômicas, paras as quais existem soluções, desde que haja vontade.
Embora, muitas pessoas se preocupem com a situação de miséria gerada por este problema, sempre há aqueles que se aproveitam do caos para poder tirar vantagem em seu benefício. Este também não é um fato recente. Já por volta da década de 60 falava-se em “Indústria da Seca”, referindo-se aos benefícios que alguns desfrutavam com o problema da seca.
Nesse contexto, o governo enviava verbas para construção de açudes, concedia créditos, perdoava dívidas, e muito mais, com o intuito de tentar solucionar ou amenizar os males causados à população. Entretanto, esses benefícios não chegavam à população carente, mas sim aos bolsos dos chamados “industriais da seca”. Muitos dos açudes eram construídos em terras de grandes latifundiários, que com isso aumentavam seu poder na região.
Portanto, ao vermos as notícias sobre a seca que está ocorrendo no nordeste atualmente, precisamos estar atentos para que todo auxílio enviado, seja realmente utilizado em prol da população e não para benefício de alguns. Precisamos acompanhar as informações sobre o que está sendo feito para tentar solucionar, ou amenizar os problemas causados pela seca, para que não ocorra um déjà vu à “indústria da seca” no nordeste.
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